domingo, 12 de agosto de 2012

Era dia e o sol acabava de nascer, ninguém precisara me acordar, meus olhos já estavam a acender. Vi o corre corre nos corredores, pincéis, esmaltes e bla bla bla. Me pegavam com rapidez, perguntavam coisas que não me faziam sentido, eu estava ali, sem estar. Chegou um grande embrulho preto, abrir para quê? Eu já sabia o que possuía ali. Minha mãe estava lá, a minha avó também, outras pessoas, mais perguntas, responder pra quê? Branco como a neve, enorme, transparente, brilhante e delicado. Olhei o relógio a hora havia chegado, esperei meu pai, dei três voltas no quarteirão, me esticaram inteira, me deram flores e um terço, me vi diante de uma longa porta marrom. Minhas pernas bambearam. Então lhe vi ao final do corredor, você portava aquele sorriso simples aquela mistura de sem graça com quero fugir daqui, aquele que eu conhecia tanto, somente meu. Não consegui me mexer, não sei se estava apertado demais ou se tinham passado cola em meu scarpin. Meus olhos se contraíram, droga o rímel escorreu? .. eles sorriam mas não consegui ver ninguém, tenho certeza que todos me viram ali, mais escuro, preto... acordei!


Hoje me peguei pensando de novo, bem distante daqui.
Ai ai, futuro, o que guardas pra mim?